A questão demográfica e o futuro das capitais

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O Brasil está envelhecendo rapidamente. Isso tem implicações nas decisões sobre alocação de recursos cada vez mais escassos. Como aumentar o investimento na Primeira Infância ao mesmo tempo em que mais recursos serão necessários para os idosos? Este post, ao abordar o crescimento das populações de crianças e idosos, mostra que essa é uma questão que já chegou para muitas capitais do país e deveria ser tratada ao longo das eleições municipais deste ano.

A figura abaixo usa dados do 3º trimestre da PNAD Contínua de 2012 (dados mais antigos disponíveis) e 2019. Para cada capital, foi calculada a razão entre 2012 e 2019 para a população de crianças de 0 a 5 anos e para a de idosos com 65 anos ou mais. Tanto para variação de crianças quanto para de idosos, se o número para uma capital é maior que 1, a população aumentou de 2012 a 2019. Se for menor que 1, a população diminuiu.

Começando pela população de crianças, observa-se que nove capitais – como Belo Horizonte, Cuiabá e Teresina – tiveram aumento do número de crianças. O caso extremo é o de Boa Vista, com mais de 26% de aumento, fato provavelmente relacionado ao fluxo migratório de venezuelanos. A maioria das capitais, no entanto, apresentou redução no número de crianças. Maceió, com redução de mais de 33%, foi a capital com maior diminuição do número de crianças no período.

Já no caso dos idosos, não há dúvidas: todas as capitais tiveram um aumento no número de residentes com 65 anos ou mais. O aumento varia de 14% em Vitória a 89% em Palmas. Vale lembrar que o período analisado é de apenas sete anos.

Na eleição deste ano, o(a) candidato(a) que imaginar que o problema do envelhecimento populacional não irá perturbá-lo(a) em seu possível mandato estará cometendo um erro. Tratar a saúde do idoso é mais caro do que educar uma criança, e os recursos para todas as áreas (educação, saúde, segurança etc.) saem do mesmo bolso.

 

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