Por IDados
Com base em dados do MEC referentes aos anos de 2010 a 2016, este post apresenta o perfil dos bolsistas do Prouni – Programa Universidade para Todos, que concede a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior bolsas de estudo integrais e parciais de 50% em instituições privadas de educação superior, em cursos de graduação e de formação específica.
Os mais beneficiados são jovens entre 19 e 27 anos. Destes, a maior parte é do sexo feminino. Foram concedidas, entre 2010 e 2016, 780 mil bolsas para mulheres (56%) e 613 mil para homens (44%).
É uma proporção semelhante à de mulheres e homens no ensino superior (presencial) no Brasil, respectivamente 4,5 milhões (57%) e 3,4 milhões (43%).
Também se observa, na análise realizada, que menos de 1% das bolsas destinaram-se a pessoas com algum tipo de deficiência.
Os estados com a maior quantidade de beneficiários do programa entre 2010 e 2016 foram São Paulo, com 394 mil (28% do total do país), e Minas Gerais, com 165 mil (11% do país).
É importante considerar esses números relacionando-os à quantidade de matrículas no ensino superior nos dois estados: 1,7 milhão em São Paulo (ou cerca de um quarto do total do país) e 677 mil em Minas Gerais, aproximadamente um décimo do total. As proporções também são bem semelhantes.
A maior parte das bolsas foi concedida a brancos (43%) ou pardos (42%). Apenas 12% dos bolsistas são negros e menos de 0,1%, indígenas.
Como base de comparação, temos, no ensino superior brasileiro como um todo, dentre os declarantes, 36% de matrículas de brancos, 22% de pardos, 5% de negros e 0,4% de indígenas.
Dois terços das bolsas correspondem a cursos noturnos, em geral mais procurados por jovens que trabalham ou fazem estágio de dia.
Administração é o curso com maior número de bolsas concedidas pelo programa no período analisado (179 mil), seguida por Direito (118 mil), Pedagogia (104 mil) e Ciências Contábeis (80 mil).
Desde que o programa foi criado, o número de bolsas oferecidas aos estudantes cresceu constantemente até 2015.
Entre 2010 e 2014 (anos de eleição presidencial), o crescimento foi de cerca de 50%. Se considerado o período entre 2010 e 2015, o crescimento alcança 65%.
Em 2016, já no auge da crise econômica, o número de bolsas sofreu a primeira queda, com uma redução de cerca de 5%.