Gastos com educação refletem e reproduzem desigualdades das famílias brasileiras

O resultados mostram que existe um ciclo vicioso que alimenta as desigualdades sociais.

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Neste post, comparamos os gastos com educação das famílias brasileiras de acordo com a faixa de renda. Os resultados mostram que as famílias com renda per capita acima de R$ 10.000 dispendem um valor em educação 51 vezes maior do que o valor dispendido pelas famílias com renda per capita de até R$ 500. Mostram também que o percentual dos gastos com educação é quase três vezes maior nas famílias mais ricas. A base de dados é da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE.

Os gastos com educação incluem qualquer despesa, como por exemplo, mensalidades, cursos, material escolar ou uniforme. A renda per capita é o somatório de todas as rendas de todos os familiares dividido pelo número de integrantes da família.

A Tabela 1 reporta a despesa total mensal média, a despesa em educação média mensal e o percentual médio das despesas destinadas à educação por diferentes faixas de renda per capita mensal das famílias brasileiras[1].

As famílias com renda per capita de até R$ 500 (primeira linha) gastam em média cerca de R$ 57 com educação; aquelas com renda per capita entre R$ 500 e R$ 1.000 (segunda linha) gastam R$ 116; as famílias com renda per capita entre R$ 4.000 e R$ 10.000 (quinta linha) gastam em média R$ 1.156; e as famílias com renda per capita acima de R$ 10.000 (sexta linha) gastam R$ 2.938.

Outro fato que a Tabela 1 mostra é que à medida em que a renda per capita das famílias aumenta, o percentual das despesas destinadas à educação também cresce. Famílias que ganham uma renda per capita de até R$ 500 gastam apenas 2,78% em média, enquanto nas famílias que ganham acima de R$ 10.000 o gasto com educação é de quase 8%.

Uma vez que a educação é um reconhecido meio de ascensão social, os resultados apresentados neste post sugerem a existência de um ciclo vicioso que alimenta as desigualdades sociais no país.

[1] Considera-se como família unidades de consumo com uma pessoa de referência e pelo menos um filho ou enteado entre 3 e 24 anos.

desigualdades educacionais

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