Novos dados corroboram evidências de que a crise econômica diminuiu salários e reduziu a idade média dos trabalhadores

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Por Thaís Barcellos, pesquisadora do IDados 

No post do dia 10 de outubro, ao abordarmos o aumento na diferença de idade entre admitidos e desligados em diferentes setores da economia com base em dados do CAGED, mostramos evidências de que a recente crise econômica puniu mais os trabalhadores mais velhos e mais experientes.

Neste post, utilizamos as informações declaradas na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) desde 2007 para avaliar se a diferença de idade também está aumentando entre os trabalhadores que permanecem nos postos de trabalho.

O gráfico abaixo mostra a diferença de idade e rendimento médio dos trabalhadores desligados e daqueles que já tinham sido contratados e permaneceram ativos no mercado de trabalho em relação aos trabalhadores admitidos no mês de referência.

Como pode ser observado, a diferença da média de idade entre os trabalhadores admitidos e desligados aumenta a partir de 2014, chegando a 1,3 anos de idade de diferença.

Por outro lado, a diferença de idade entre quem foi admitido e quem permanece no mercado de trabalho vem caindo desde 2014, passando de 3,8 para 3 anos de idade em média.

Esses resultados sugerem que, em relação à idade média de admissão, os trabalhadores que permanecem nos postos de trabalho são mais jovens, enquanto que os trabalhadores desligados são mais velhos.

Outro ponto interessante no levantamento feito com os dados da RAIS foi a diferença entre o rendimento médio dos trabalhadores.

O gráfico mostra que, na média, os trabalhadores desligados ganham um pouco a mais que os trabalhadores admitidos, e que essa diferença vem caindo ao longo do tempo.

Já os trabalhadores que continuam ativos no mercado de trabalho vinham ganhando cada vez mais do que os admitidos até 2014, quando a diferença salarial começa a cair, ou seja, a diferença de rendimento do trabalhador que permaneceu no emprego em relação ao recém-admitido está diminuindo.

Os dados da RAIS parecem corroborar as evidências encontradas no CAGED de que a crise econômica realmente diminuiu salários e reduziu a idade média dos trabalhadores.

 

Nota: nesta análise, não foram considerados vínculos de estatutários e desligamentos por aposentadoria ou morte.

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