O que o Nobel de economia e o IDados têm em comum?

Estudos randomizados controlados para o desenho de políticas sociais eficazes

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Recentemente, Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer foram condecorados com o Prêmio Nobel de Economia por sua abordagem experimental para aliviar a pobreza global. Há décadas os economistas realizam experimentos e análises para colaborar com a luta contra a pobreza tendo por base evidências científicas. Mais de 700 milhões de pessoas ainda vivem abaixo da linha de pobreza extrema e, portanto, políticas e projetos eficazes são fundamentais para que o investimento gere resultados.

Os pesquisadores mostraram como o problema da pobreza global pode ser resolvido dividindo-o em uma série de perguntas menores e mais precisas – nos níveis individual ou de grupo. Os primeiros estudos examinaram como lidar com problemas relacionados à educação. Quais intervenções aumentam os resultados educacionais ao menor custo? O que é mais eficaz para melhorar o desempenho escolar: garantir o acesso a livros ou dar refeições gratuitas? Cada questão é respondida usando um experimento de campo, analisando se a intervenção funcionou (ou não) e também o porquê.

As pesquisas dos economistas foram realizadas em diversos países, entre eles índia e Quênia, e têm colaborado efetivamente para a redução da pobreza – por meio da melhoria de indicadores como escolaridade e mortalidade infantil. E o que podemos aprender com eles? Certamente que dados e análises confiáveis de programas conseguem avaliar sua eficácia, possibilitando sua multiplicação e aumentando o impacto.

Os pesquisadores do IDados planejam intervenções junto a seus clientes e analisam seus resultados principalmente por meio de estudos randomizados controlados (randomized controlled trial), assim como os pesquisadores que ganharam o Prêmio Nobel. Destacamos aqui alguns dos estudos já realizados buscando entender como melhorar indicadores educacionais, buscando contribuir para reduzir as desigualdades brasileiras.

O impacto foi estimado utilizando o método de Diferença-em-Diferenças, usando o método dos mínimos quadrados ordinários. Os erros-padrão foram estimados considerando clusters no nível da escola para corrigir a correlação entre alunos de uma mesma escola.

 

  1. Avaliação da aprendizagem decorrente do uso do software de tabuada em crianças do 1, 2o e 3o ano do Ensino Fundamental. A pesquisa ocorreu com 900 alunos de escolas públicas em três municípios: Bom Jesus (PI), Arcoverde (PE) e Caculé (BA), escolhidos de acordo com similaridade de população, nível socioeconômico e desempenho no Prova Brasil. Em cada município, duas escolas foram selecionadas aleatoriamente para compor o grupo de tratamento (receber o tablet), e outras duas, para o grupo de controle. Os alunos do grupo de tratamento puderam utilizar o tablet por até 20 minutos por dia, durante cerca de dois meses e constatou-se melhora em teste de tabuada nos curto e médio prazos, com efeitos maiores para alunos piores inicialmente.

 

  1. Pesquisa sobre o impacto de capoeira em funções executivas. O estudo ocorreu com 113 escolas, 1800 alunos em idade pré-escolar (2 a 4 anos), participantes do programa de capoeira elaborado pelo Instituto Alfa e Beto em Petrolina (PE). O programa consistiu em aulas de capoeira com duração de 30 a 40 minutos, três vezes por semana, entre agosto e novembro de 2016. As escolas foram sorteadas pelos pesquisadores do IDados para compor três grupos: 1) Controle; 2) Capoeira; 3) Capoeira + Controle Executivo. O sorteio levou em conta a área de localização (urbana x rural), o tipo de unidade (se no local funcionava uma ou mais de uma unidade do Nova Semente), e a participação prévia no programa de Coaching do Instituto Alfa e Beto. Os instrumentos utilizados pelo IDados para mensurar o impacto da capoeira nos alunos foram: TAC, Trilhas e TIMT (para funções executivas), Peabody e Nomeação (vocabulário), Palavra e Pseudo-Palavra (leitura), SON-R categorias e situações (para raciocínio). Dentre os resultados encontrados, destacam-se: melhora na atenção e controle inibitório; melhora na memória do trabalho, efeitos maiores para beneficiários do Bolsa-Família e filhos de mães menos escolarizadas

 

  1. Avaliação de impacto do programa de educação financeira em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. O programa foi elaborado por organização sem fins lucrativos internacionalmente reconhecida e implementado por professores de educação infantil em escolas públicas ao longo de um semestre letivo. No total foram estudadas 800 crianças em 60 escolas que tiveram acesso a material específico do programa – como cartilhas, vídeos e músicas – e realizaram atividades em sala de aula. Por meio de criação de grupos de controle e tratamento e com a validação das respostas com grupos focais de professores, contatou-se um impacto modesto do programa em variáveis específicas, ex: se criança entende a diferença entre bem necessário e supérfluo; o que pode ser comprado com dinheiro; o que é e para que serve um cofrinho. O IDados identificou alguns desafios de implementação que, se resolvidos pela organização, podem impactar positivamente nos resultados de aprendizagem e na evolução do programa.

 

  1. Avaliação de efeito de software para alfabetização em alunos de 1º ano. No Rio de Janeiro, 401 alunos de 14 escolas de 1º ano do ensino fundamental da rede municipal, foram testados quanto à eficácia do jogo digital Ilhas do Alfabeto para a alfabetização. O software tem por objetivo auxiliar no processo de alfabetização e incorpora as habilidades necessárias para a criança se alfabetizar: conhecimento das letras, consciência fonêmica, princípio alfabético, decodificação e fluência de leitura. As turmas do grupo de tratamento utilizaram o aplicativo durante um semestre escolar, 3 vezes por semana, e os resultados foram positivos: melhora na consciência fonológica; aumento do nível de alfabetização; redução na porcentagem de alunos não alfabetizados.

 

  1. Avaliação do ensino de técnicas melhorar fluência de leitura. Estudo realizado no município do Rio de Janeiro durante um semestre escolar, com atividades 3 vezes por semana. Foram avaliados em 2018, 460 alunos de 3º ao 5º ano (11 escolas). Encontraram-se os seguintes resultados: melhora na fluência (equivalente a 0,5 ano escolar); redução de palavras lidas com erro; melhora na prosódia para alunos cujas mães possuem ensino médio.

 

Quer entender a eficácia de seu programa social? Entre em contato com os consultores do IDados e descubra como podemos ajudá-lo.

 

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