Neste post, analisamos como se distribui na sociedade brasileira a contribuição para a Previdência Social, e como ela evoluiu ao longo dos últimos anos.
O Gráfico 1 abaixo apresenta a evolução da proporção da população que contribui para a Previdência Social (RGPS ou RPPS). Vemos que, nos últimos anos, a proporção de jovens que contribuem para a Previdência caiu de 36,5% (4º trimestre de 2012) para 28,5% (4º trimestre de 2018).
Se esses números refletissem o adiamento da entrada no mercado de trabalho (por motivos de estudo, por exemplo), esperaríamos que essa perda fosse compensada com maiores rendimentos no futuro.
Contudo, o que os dados mostram é que a taxa de frequência escolar não se alterou para o grupo dos desassistidos, e a queda observada também ocorre quando restringimos a análise somente aos jovens que trabalham (excluindo os estudantes e os nem-nem).
Separando as taxas por sexo (Gráfico 2), vemos uma queda na porcentagem de homens cobertos pela seguridade (de 53,3% em 2014 para 48,4% em 2018). Contudo, não ocorre o mesmo com as mulheres, embora sua taxa de cobertura seja menor na média (36,8% ao final de 2018).
Quando analisamos as taxas por escolaridade, o que vemos é que a proporção varia consideravelmente dependendo do grau de escolaridade. Enquanto 63,8% da população com Ensino Superior (completo ou incompleto) contribui para a previdência, somente 24% daqueles com baixa escolaridade (menos que Ensino Fundamental) possuem essa garantia. Outra distinção é que as taxas de cobertura estão caindo para todos os grupos, mas essa queda é menos acentuada dentre aqueles com menor escolaridade.