Por Thaís Barcellos, pesquisadora do IDados
Na série de post que fizemos este ano sobre mercado de trabalho, vimos que:
- Pessoas que concluem ciclos educacionais conseguem uma melhor remuneração;
- Trabalhadores do setor privado ganham menos que os do setor público em todos os níveis de escolaridade – e essa diferença fica mais acentuada nos níveis mais altos de escolaridade;
- No setor informal, trabalhadores por conta-própria ganham mais que os trabalhadores sem carteira em todos os níveis de escolaridade.
As análises realizadas nos mostram, entre outras evidências, que a escolaridade e o rendimento do trabalho estão fortemente relacionados.
Neste post, apresentamos o nível de escolaridade dos trabalhadores formais do setor público e privado, bem como dos trabalhadores por conta-própria e dos sem carteira assinada.
A tabela abaixo mostra o percentual de trabalhadores por nível de escolaridade nos diferentes setores da economia no ano de 2017. Ela apresenta também a média de rendimentos e do salário-hora desses trabalhadores.
Como podemos observar, a maioria dos trabalhadores do setor público tem ensino superior completo (54,7%) e recebe a maior remuneração média (R$ 5.371,30), enquanto que, no setor privado, a maioria dos trabalhadores tem ensino médio completo (41%) e recebe em média R$ 1.613,10.
Já no setor informal, a maioria dos trabalhadores tem o ensino fundamental incompleto, sendo 34,3% conta-própria e 31,4% sem carteira assinada. Eles ganham, respectivamente, em média, R$ 1.111,68 e R$ 818.33.
Fica evidente que, independente do setor onde o trabalhador está alocado, ter ensino superior completo leva a maior remuneração. E que trabalhadores do setor formal são, em geral, mais escolarizados. Ou seja, diploma no Brasil parece ter efeito sobre salário e ingresso no mercado de trabalho formal, embora não seja garantia.