Por Guilherme Hirata, pesquisador do IDados
O Brasil está sediando pela primeira vez a Olimpíada Internacional de Matemática. Esta é uma ótima oportunidade para a sociedade discutir questões relacionadas à matéria, como a formação dos professores, o ensino e o desempenho dos estudantes nas avaliações nacionais e internacionais.
Neste post, são apresentados os resultados do PISA, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. A figura abaixo apresenta a distribuição dos países que participaram da avaliação em termos da nota média em Matemática de seus estudantes. A média obtida pelos países da OCDE alcançou 490, enquanto a média dos estudantes brasileiros foi de 377, nos posicionado em 65º lugar dentre 70 países.
Figura 1 – Distribuição das notas de matemática no PISA 2015
Fonte: OCDE/PISA 2015. Elaboração própria.
Não bastasse a enorme diferença do Brasil para os países desenvolvidos, um dado que chama a atenção é o desempenho dos nossos melhores estudantes no PISA.
Conforme indicado na figura, a nota necessária para um estudante brasileiro estar entre os 10% melhores do país (496) foi apenas sete pontos maior que a média da OCDE. Ou seja, nossos melhores estudantes se comparam aos medianos da OCDE. Além disso, apenas 0,8% dos estudantes brasileiros alcançaram 592 pontos, nota mínima necessária para figurar entre os 10% melhores do mundo na prova de Matemática do Pisa.
Há estudos sugerindo que, para o crescimento econômico de um país, não basta haver educação de qualidade; é preciso que os melhores estudantes sejam capazes de competir com os melhores do mundo (ver referências abaixo). Nesta competição, o Brasil ainda tem muito o que aprender e avançar.
Referências:
. Hanushek, E. A.; Woessmann, L. Do better schools lead to more growth? Cognitive skills, economic outcomes, and causation. Journal of Economic Growth, 17(4): 267-321, 2012.
. Rindermann, H.; Sailer, M.; Thompson, J. The impact of smart fractions, cognitive ability of politicians and average competence of peoples on social development. Talent Development & Excellence, 1(1): 3-25, 2009.