O IBGE classifica os trabalhadores ocupados em quatro categorias: empregado (incluindo os trabalhadores domésticos), trabalhador por conta própria, empregador e trabalhador familiar auxiliar. Neste post, investigamos como essas quatro categorias de trabalhadores estão distribuídas por faixa etária com base em dados da PNAD contínua do 1º trimestre de 2012 e de 2019 (dados mais recentes).
No gráfico abaixo, vemos que a primeira faixa etária (de 14 a 19 anos) é a que tem a maior parcela de trabalhador familiar auxiliar, sendo que essa parcela aumentou de 11% em 2012 para 13% em 2019. Vale ressaltar que muitos desses jovens ainda não concluíram sua escolaridade, o que pode ser uma explicação para esse percentual mais alto.
No gráfico apresentado, também podemos notar que a parcela de trabalhadores empregados, ou seja, que trabalham para alguém, diminui conforme o aumento da idade, enquanto que a parcela daqueles que trabalham por conta própria aumenta conforme o avanço da idade do trabalhador ocupado. O percentual de trabalhadores por conta própria em 2019 para a faixa etária de 20 a 24 anos é de 15%, e este percentual vai aumentando até a última faixa etária (65 anos ou mais), em que 53% dos trabalhadores trabalham por conta própria.
Outra parcela de trabalhadores que aumenta juntamente com o avanço da idade é a de empregadores, pessoas com pelo menos um empregado. Embora essa parcela seja consideravelmente menor que a dos trabalhadores por conta própria, ela passa de 1% dos trabalhadores ocupados de 20 a 24 anos para 11% na faixa etária de 65 anos ou mais.
Observamos, ainda, que, ao longo desse período de oito anos, os trabalhadores mais jovens, na faixa etária de 20 a 24 anos, ocuparam-se mais por conta própria – o percentual aumentou de 11% em 2012 para 15% em 2019, enquanto que dentre os mais velhos esta tendência parece estar diminuindo – 56% em 2012 para 53% em 2019 dentre aqueles com 65 anos ou mais.
Trabalhadores mais velhos estão mais propensos a abrirem seu próprio negócio, sejam como empregadores, sejam como trabalhadores por conta própria. A esse fenômeno podemos atribuir várias explicações, como, por exemplo, a experiência prévia, que os permite investir em um negócio próprio, ou ainda contar com o capital acumulado necessário para iniciar um novo negócio.
Entretanto, ao que parece, a tendência está se invertendo ao longo do tempo, ou seja, cada vez mais trabalhadores jovens estão passando a trabalhar por conta própria, enquanto o inverso vem acontecendo dentre os mais velhos.
Gráfico – Distribuição das categorias de trabalhadores ocupados por faixas etárias – Fonte: PNADContínua, do IBGE – Elaboração: consultoria IDados