O ENEM é a principal porta de entrada para a faculdade no Brasil. Dos 13.028 alunos que formam o grupo do 1% com as melhores notas nessa prova, apenas 34,2%, ou 4.455, eram mulheres na edição de 2015. Detalhe: do total de alunos que fizeram a prova, as mulheres eram maioria: 58,2%.
Mas estamos falando aqui do restritíssimo grupo de 1% com as melhores notas. Porque, no final das contas, as mulheres têm se formado mais do que os homens. Entre as brasileiras de 18 a 24 anos, 6% delas têm o Ensino Superior completo, contra 3% dos homens.
Vamos analisar agora a questão do gênero e dos salários nas três carreiras com melhor média de remuneração do país – das dez que mais formam profissionais: Direito, Engenharia e Medicina. No ano de 2015, 55,3% dos alunos de Direito e 56,8% dos alunos de medicina eram mulheres. Já no curso de Engenharia Civil, as mulheres eram minoria: 30,3% dos alunos.
A diferença salarial nas três carreiras reflete a desigualdade no mercado de trabalho. Na Engenharia Civil, os homens ganhavam 19% a mais do que as mulheres. No direito, o salário deles era 23% maior. Em Medicina, o salário dos homens era 5% maior.
A participação feminina no mercado de trabalho não cresceu entre 2005 e 2015. Em 1995, 55,1% das mulheres com 18 anos ou mais estavam trabalhando. Em 2005, 10 anos depois, 60,1% das mulheres passaram a fazer parte do mercado de trabalho. Mas, em 2015, essa taxa caiu novamente para 56,4% das mulheres.
Para as mulheres que trabalham fora de casa, 54 horas são dedicadas ao trabalho e aos afazeres de casa – quase 20 horas semanais são dedicadas somente ao domicílio. Enquanto isso, apenas 5 horas da semana de um homem são dedicadas aos afazeres domésticos.
O rendimento por hora, das mulheres entre 18 e 60 anos, é menor para as que têm filhos. Para as mães entre 35 e 44 anos, o rendimento mensal chega a ser quase a metade do das mulheres sem filhos. A porcentagem de trabalhadoras com carteira assinada é maior entre as mulheres sem filhos do que entre as com filhos.