As profissões das áreas de tecnologia, informação e comunicação (TIC) são consideradas profissões em alta no mercado de trabalho em virtude da crescente importância da tecnologia no cotidiano. Neste post, analisamos a evolução das vagas formais e dos salários médios para ocupações do ramo de TIC na última década.
Mais especificamente, comparamos dois grupos de trabalhadores formais. O primeiro é composto por dirigentes, profissionais e técnicos em ocupações do ramo de tecnologia, informação e comunicação (TIC’s). O segundo abriga dirigentes, profissionais e técnicos ocupados em áreas não diretamente relacionadas à tecnologia, informação e comunicação (Não TIC’s).
O objetivo é investigar se os indivíduos ocupados nas áreas de TIC experimentaram condições melhores no período – maior abertura de vagas formais e ganho salarial acima da inflação, bem como observar se eles foram menos afetados durante a crise econômica (2014-2017).
Na tabela 1, exploramos a evolução das vagas dos dirigentes, profissionais e técnicos dos ramos TIC e não TIC. Ao compararmos 2008 com 2018, observamos um crescimento expressivo no número de trabalhadores na área ligada à tecnologia em postos formais, com ampliação de 54%, o que representa um crescimento de 4,45% ao ano. Já os trabalhadores em áreas não diretamente conectadas à tecnologia apresentaram crescimento mais modesto, de 32%, ou 2,8% ao ano no período.
Ao analisarmos a evolução destes números, na figura 1, observamos que, durante os anos de crise econômica (2014-2017), o número de vagas formais foi reduzido em ambos os grupos, ainda que a expansão do emprego formal já tenha sido retomada em 2016 para os TIC’s, enquanto os demais trabalhadores assistiram a uma recuperação lenta a partir daquele ano.
Ao analisarmos os salários, conforme pode ser visto na figura 2, encontramos um comportamento diferente. Observamos que, ao longo de toda a década, o salário associado aos TIC’s se manteve bastante superior à média dos demais trabalhadores ocupados como gerentes, profissionais e técnicos. Entretanto, perdas salariais maiores foram observadas entre os TIC’s, reduzindo a diferença frente aos demais profissionais.
Ainda assim, de modo geral, os dados levantados neste post apontam que os trabalhadores das áreas de tecnologia, informação e comunicação tiveram bom desempenho no mercado de trabalho formal brasileiro nesta década, mesmo em face das oscilações que reduziram o ritmo de nossa economia. Houve crescente demanda por esses profissionais, que continuam mais bem remunerados do que seus pares de outras áreas.