Por IDados
Entre 2010 e 2014, o país teve um superávit de 5.454,632 empregos com carteira assinada. Com a forte crise econômica recente, a situação se inverteu e o país teve um déficit de 1.625,551 empregos em 2015 e de 1.371,363 em 2016 – quase três milhões somente nos dois anos. Ainda que timidamente, em 2017 o mercado de trabalho se recuperou – até novembro, tivemos um superávit de 205.111 novos empregos com carteira assinada.
Já o mercado de trabalho no Estado do Rio de Janeiro também teve um começo de década muito bom: entre 2010 e 2014, registrou-se um superávit de 570 mil empregos formais. Em 2015, começou a grande leva de dispensas, e o ano fechou com um déficit de 178.822 empregos. Em 2016, a situação só piorou: menos 241.581 empregos, no balanço entre contratações e demissões. Nos dois anos, a conta ficou negativa em 420 mil empregos. A situação melhorou um pouco em 2017 (entre janeiro e novembro), mas o Rio de Janeiro continuou com um saldo negativo de quase 85 mil empregos.
O déficit de empregos no Rio de Janeiro em 2017 se deu em todos os setores. Veja a tabela abaixo:
Rio de Janeiro – balanço de empregos entre janeiro e novembro de 2017 – (fonte: CAGED):
Setores / períodos | 2017 |
Administração Pública | -2.077 |
Agropecuária | -819 |
Comércio | -11.131 |
Construção civil | -17.101 |
Extrativa mineral | -1.609 |
Indústria de transformação | -10.036 |
Serviço Ind. de Util. Pública | -1.166 |
Serviços | -40.737 |
TOTAL | – 84.676 |
O Rio de Janeiro é um dos 10 estados que em 2017 ficaram no vermelho no que concerne ao balanço de empregos. Os demais são Alagoas, Pernambuco, Pará, Paraíba, Maranhão, Sergipe, Ceará, Acre e Amapá.
Na outra ponta, com saldo positivo, destacam-se São Paulo (92.357), Minas Gerais (51.884), Santa Catarina (49.059), Paraná (32.743), Goiás (30.581) e Rio Grande do Sul (13.090).
Mesmo situados cada qual nas duas extremidades da tabela – São Paulo com o melhor saldo de empregos entre janeiro e novembro de 2017 (tendo se recuperado de um déficit de mais de 400 mil em 2016), e o Rio de Janeiro com o pior -, os dois estados, de acordo com a PNAD Contínua, apresentavam, no terceiro trimestre de 2017, uma taxa de desocupação alta – 14,5% no Rio de Janeiro e 13,2% em São Paulo, sendo de 12,4% a média no país.
Taxa de desocupação (valores referentes ao terceiro trimestre de cada ano) – Fonte: PNAD Contínua:
2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | |
RJ | 7,4% | 6,8% | 6,1% | 8,2% | 12,1% | 14,5% |
SP | 6,9% | 7,3% | 7,2% | 9,6% | 12,8% | 13,2% |
Brasil | 7,1% | 6,9% | 6,8% | 8,9% | 11,8% | 12,4% |
A análise do comportamento dos mercados de trabalho fluminense e paulista não deve se basear apenas nos dados do CAGED. Outros pontos devem ser considerados, como o peso maior de alguns setores no balanço de vagas, as taxas de informalidade e também a participação dos trabalhadores por conta própria no conjunto da informalidade. Mas isso fica para um próximo post.