Posts anteriores mostraram que a presença de mulheres jovens no ensino superior vem crescendo relativamente de forma mais rápida do que a dos homens (leia aqui), e que o ingresso se dá em áreas distintas de ensino (leia aqui).
A escolha do curso de ensino superior pode ser decisiva para o sucesso futuro no mercado de trabalho, uma vez que, como já vimos, é cada vez maior o número de trabalhadores com ensino superior exercendo ocupações que não exigem formação universitária (leia aqui e aqui).
Este post analisa se há discrepâncias no mercado de trabalho entre homens e mulheres com ensino superior. O gráfico mostra, em termos percentuais, como as ocupações que exigem um curso superior para exercê-las estão sendo preenchidas por trabalhadores homens ou mulheres com a escolaridade requerida. A análise utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC/IBGE) do 1º trimestre de 2012 ao 2º trimestre de 2019 (dados mais recentes).
Para ambos os gêneros, há um aumento de 14 pontos percentuais no período analisado. Entretanto, o mercado de trabalho parece ser mais exigente no caso das mulheres – das ocupações de nível superior preenchidas por mulheres, 85% são de trabalhadoras de formação universitária, enquanto que, para homens, esse percentual é de 71% (dados do 2º trimestre de 2019).
Alguns fatores podem contribuir para essa discrepância. Mulheres ingressam mais e se formam mais no ensino superior, e sua participação no mercado de trabalho é bem diferente da dos homens. Entretanto, os dados sugerem que, na hora de preencher uma vaga de ensino superior, há uma exigência maior do diploma universitário no caso da mulher.
Gráfico: Evolução da proporção de ocupações de nível superior exercidas por trabalhadores com formação universitária (em %)