A desigualdade no acesso à internet entre estudantes do ensino básico das redes pública e privada

Os dados referem-se a indivíduos de 5 a 17 anos que frequentam a educação básica, ou seja, que ainda não concluíram o ensino médio. A análise é separada de acordo com a declaração de estudar na rede pública ou privada.

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Um dos efeitos colaterais da pandemia causada pelo coronavírus é o fechamento de escolas. A decisão não é exclusividade brasileira. Segundo dados da UNESCO, 1,5 bilhão de crianças e jovens estão impedidos de ir à escola no mundo. Sem previsão quanto ao fim da pandemia, muitos países adotaram como estratégia o ensino remoto. No Brasil, algumas escolas privadas e redes públicas de ensino estão optando pelo ensino remoto online.

Este post analisa o acesso a diferentes tipos de tecnologia entre os estudantes brasileiros. As informações provêm da PNAD Contínua Anual de 2018 (dados mais recentes). Os dados referem-se a indivíduos de 5 a 17 anos que frequentam a educação básica, ou seja, que ainda não concluíram o ensino médio. A análise é separada de acordo com a declaração de estudar na rede pública ou privada.

A tabela abaixo mostra o percentual de estudantes da educação básica brasileira com TV, internet e diferentes dispositivos de acesso à internet: computador, tablet e telefone celular. Observamos que há uma diferença considerável no que diz respeito ao acesso à internet. Enquanto 79% dos estudantes da rede pública têm acesso à web, na rede privada esse percentual é de 97% (uma diferença de 18 pontos percentuais). Ao analisar o uso de diferentes tipos de dispositivos de acesso à internet, também notamos uma diferença considerável a favor dos estudantes da rede privada: 75% contra 36% no caso de computador, e 33% contra 9% no caso do tablete. Já os celulares são quase unanimidade nas duas redes, superando, inclusive, a televisão.

As diferentes formas de acesso à internet (banda larga ou não) devem ser levadas em consideração no planejamento das aulas remotas online. Além disso, é necessário pensar em alternativas para os alunos sem acesso à internet, como, por exemplo, a televisão, que tem sido usada em alguns estados brasileiros e em outros países.

 

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