Em relação a cursos presenciais, o desempenho médio de alunos do Ensino à Distância (EAD) é inferior tanto no ingresso (Enem) quanto na conclusão (Enade). Isso vale para cursos de licenciatura em Pedagogia, Matemática e Letras (leia aqui), que formam a maioria dos professores.
Este post compara o desempenho de alunos EAD ao de alunos de cursos presenciais de cada estado. Os cursos EAD não estão atrelados a nenhum estado em particular, uma vez que são oferecidos em nível nacional. Um aluno do Acre, por exemplo, pode fazer um curso EAD oferecido por uma instituição de São Paulo.
A tabela abaixo apresenta o desempenho médio no Enem (média das quatro provas objetivas) e no Enade (nota geral) dos três cursos citados acima por estado. Na primeira linha, são reportadas as notas para alunos de cursos EAD.
Para o curso de Pedagogia, a nota média de ingresso dos alunos EAD é maior que a observada em cursos presenciais de 12 estados (notas em destaque). Isso indica que, se o aluno EAD tivesse optado por um curso presencial nesses estados, ele teria a companhia de alunos com pior desempenho, em média.
Por outro lado, a nota geral média no Enade para os concluintes EAD de Pedagogia é menor que a observada em todos os estados, com alguma variabilidade na diferença entre as notas. Isso sugere que há algo no ensino presencial contribuindo para a formação do aluno que não ocorre na EAD, uma vez que, mesmo nos estados onde a nota de ingresso é maior, a nota de conclusão é menor.
O cenário para o curso de Letras é semelhante ao de Pedagogia. Para Matemática, há algumas diferenças, como a nota de ingresso na região Nordeste e a nota no Enade na região Norte, ainda que neste último caso as diferenças sejam pequenas.
O Ensino à Distância veio para ficar. A julgar pelo que os dados mostram a respeito do cenário atual sobre os futuros professores, isso não é um bom sinal. É preciso estudar o assunto com mais rigor para que a questão seja mais bem equacionada.
Há possibilidade de vezes regionais e de seleção adversa.