Em maioria no ensino superior, mulheres têm salários menores nas profissões que pagam mais

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Por Thaís Barcellos, pesquisadora do IDados

Em um post anterior, mostramos que desde 1992 a participação feminina no ensino superior brasileiro é maior do que a masculina. A diferença vem crescendo ao longo dos anos: embora o percentual de jovens no ensino superior esteja aumentando como um todo ao longo do tempo, a taxa de matrícula líquida das mulheres cresceu mais rapidamente do que a dos homens.

Este post analisa o rendimento de homens e mulheres em três carreiras: Direito, Medicina e Engenharia Civil. Essas três carreiras estão entre as que mais formam universitários no país e que têm os maiores salários dentre as ocupações que exigem formação específica.

Os gráficos abaixo mostram a evolução da remuneração média e da quantidade de vínculos de empregos ligados a essas carreiras, separados por gênero. São usados dados da RAIS de 2006, 2011 e 2016.

Nas três carreiras, homens recebem uma remuneração maior do que as mulheres. Além disso, nas ocupações ligadas à formação em Direito, a diferença vem aumentando ao longo do tempo, ou seja, homens estão ganhando cada vez mais. Há uma queda real da remuneração das mulheres no período analisado.

A carreira de Direito é a que aparenta ter a distribuição mais equilibrada de homens e mulheres atuando na área de formação, enquanto a carreira de Engenharia Civil tem um percentual bem mais expressivo de homens. Medicina parece ser a carreira mais igualitária, com menor diferença de rendimentos e distribuição não tão desigual nos vínculos de emprego.

Os dados indicam que, apesar de estarem cada vez mais inseridas – e serem maioria – no ensino superior, as mulheres recebem menos nas três carreiras que melhor remuneram no país, e essa diferença está ficando cada vez maior nas ocupações que exigem formação em Direito.

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