No Brasil, sabemos que, na média, um trabalhador do setor público recebe uma remuneração maior do que a de um trabalhador do setor privado em todos os níveis de escolaridade. Mas como essa remuneração se comporta entre os três poderes?
Para responder a essa pergunta, utilizamos dados do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS) de 1999 a 2017.
O gráfico 1 abaixo mostra a evolução da remuneração real (valores de 2017) dos trabalhadores do setor público vinculados aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Como podemos observar, o Judiciário é o que apresenta a maior remuneração média, seguido do Legislativo e do Executivo em todo o período analisado (em 2017, as remunerações foram, em média, de R$ 12.157,88, R$ 5.992,46 e R$ 3.763,48, respectivamente). Vale destacar que, durante o período, as três esferas políticas tiveram ganhos reais, ou seja, aumento salarial acima da inflação.
Entretanto, ao observar o crescimento da remuneração em relação a 1999, vemos que é o Poder Executivo que tem a maior taxa de crescimento relativa, chegando em 2017 com uma remuneração média real 50% maior que a remuneração de 1999, enquanto o Legislativo e o Judiciário tiveram crescimento de 33% e 36% respectivamente (gráfico 2).
Ou seja, em quase duas décadas as remunerações dos servidores dos três poderes tiveram aumentos expressivos acima da inflação.