A fatia dos trabalhadores que apresentam ensino superior (completo ou incompleto) que estão trabalhando por conta própria avançou de 18,8% no primeiro trimestre de 2020 para 20,9% no segundo trimestre de 2021. Essa parcela era de 16,2% no primeiro trimestre de 2018 e de 17,7% primeiro trimestre de 2019. É o que mostra um estudo realizado pela consultoria IDados com exclusividade para o jornal Valor Econômico.
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A participação de quem tem ensino médio (completo ou incompleto), por sua vez, passou de 36,7% para 38,2%, considerando a mesma base de comparação. Neste caso os números também eram menores anteriormente: 34,4% (primeiro trimestre de 2018) e 35,6% (primeiro trimestre de 2019). O trabalho usa como base os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.
Falta de empregos de qualidade na quantidade necessária, estrutura produtiva que não comporta o avanço da força de trabalho mais qualificada e algum efeito composição – com saída de trabalhadores menos escolarizados do mercado – são algumas das razões que contribuem para a mudança na distribuição dos trabalhadores por conta própria no pós-pandemia, segundo o grau de instrução.
“Há um aumento da proporção de trabalhadores mais escolarizados entre os que trabalham por conta própria. Apesar de estar evoluindo, o mercado de trabalho não está com desempenho tão expressivo a ponto de oferecer postos de trabalho com qualidade. Então até os trabalhadores mais qualificados acabam aceitando alternativas de empregos de pior qualidade”, afirma Bruno Ottoni, pesquisador responsável pelo estudo.
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