Por equipe IDados
O quadro 1 apresenta a composição da população de 0 a 20 anos em 2018, conforme dados atualizados do IBGE:
A composição da população em 2018 mostra que já houve uma estabilização das coortes – em cada faixa etária, há aproximadamente o mesmo número de crianças – cerca de 3 milhões.
Até 2030, haverá uma redução de 10% na taxa de nascimentos, e, consequentemente, uma flutuação de cerca de 10% no tamanho das coortes em idade escolar obrigatória mais adiante.
Em 2030, a demanda irá variar entre de 2,7 milhões a quase 2,9 milhões de alunos de acordo com a série escolar. No total da matrícula, haverá uma redução de aproximadamente 2 milhões de alunos entre 2018 e 2030.
Entre 2030 e 2060, a redução será ainda maior: a coorte de recém-nascidos passará a ser de 2,1 milhões (vs. 2,6 milhões em 2030), e a corte típica de alunos em idade escolar obrigatória passará de 3 milhões, em 2018, para 2.2 milhões em 2060. Em 2030, a redução estará a meio caminho, mas ainda com uma certa instabilidade em diferentes coortes, o que deverá se normalizar a partir de 2060.
O quadro 2 apresenta a quantidade e a porcentagem de alunos que frequentam escolas particulares no país:
Dado que o aumento da população dar-se-á pelo aumento da longevidade e não pelo aumento de nascimentos, é razoável supor que a proporção de alunos matriculados em escolas particulares tenderá a se manter estável – ou até aumentar, se não houver uma melhoria significativa da qualidade das escolas públicas.
Com base nesse pressuposto e nos dados do quadro 1, podemos estimar que o tamanho típico de uma coorte que demanda a escola pública será de aproximadamente 2,3 milhões de estudantes por volta de 2030 e de 1,8 milhões de estudantes em 2060.
Quais serão as implicações disso?
Considerando a faixa escolar obrigatória (4 a 17 anos – 14 coortes), e com base na demanda estimada acima para 2030, haverá uma necessidade de aproximadamente 1.230.000 professores (considerando o equivalente de um professor por turma de 25 alunos). Isso corresponde, grosseiramente, ao total de professores efetivos da rede pública em 2018, que representam cerca de 70% do total de professores.
Seguindo o mesmo raciocínio, no ano de 2060 essa necessidade será reduzida para cerca de 1 milhão professores.
Esses dados abrem interessantes perspectivas para a formulação de políticas para a carreira docente.