Por Mariana Leite
No Brasil, 5,75% das pessoas com idade entre 4 e 17 anos estão fora da escola, o que corresponde a aproximadamente 2,5 milhões de jovens.
Com base na PNAD 2015, foi feita uma análise sobre o perfil das crianças e jovens que estão fora da escola no país. Afinal, quem são esses jovens?
A maior parte (aproximadamente 1,27 milhão) está na faixa etária de 15 a 17 anos, e é do sexo masculino (54,8%). 65,5% são negros (pretos ou pardos) e 75,2% estão na área urbana – embora, relativamente, haja mais evasão na área rural.
Quanto às regiões, a maioria se concentra no Nordeste (31,4%) e no Sudeste (29%). Contudo, se considerada a proporção de jovens fora da escola em relação à população local em idade escolar, a Região Norte apresenta o maior percentual: 8,3%.
A renda per capita média das famílias desses jovens é de R$ 433 (em valores de 2015), 37% abaixo da renda familiar de jovens que frequentam a escola.
Dos adolescentes de 15 a 17 anos que não estão na escola, 31,54% trabalham. E 65,84% das jovens de 10 a 17 anos com filhos não frequentam a escola.
O problema está no Ensino Médio?
Segundo os Censos Escolares de 2014 e 2015, 55,9% dos evadidos no Ensino Médio neste período são maiores de 18 anos.
Em sua maioria (62,8%), os jovens de 15 a 17 anos evadem antes, no Ensino Fundamental. Dos que não evadiram, uma parcela considerável está defasada – 35% dos matriculados de 15 a 17 anos em 2015 ainda estão no Ensino Fundamental. E cada ano a mais de defasagem eleva as chances de que este aluno abandone a escola.
Vale exemplificar: 9,2% dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental tinham mais de 15 anos em 2014. Porém, eles corresponderam à metade dos evadidos dessa série entre 2014 e 2015.
Fica a pergunta, portanto: qual o principal motivo para que muitos jovens de 15 a 17 anos estejam fora da escola: a evasão no Ensino Médio ou a repetência e atraso no Ensino Fundamental?
