Em média, entre agosto e setembro de 2020, a maior parte dos alunos no Brasil recebeu e fez as atividades escolares enviadas pelas escolas durante a pandemia (leia aqui). Este post analisa a variabilidade desses indicadores entre estados para o período de julho a novembro de 2020.
Os dados apresentados na Figura 1, com base na PNAD Covid19, refletem a média do que foi observado no período. A figura apresenta informações sobre i) a proporção de alunos que receberam atividades (online ou não) na semana anterior à realização da coleta de dados e ii) a proporção de alunos que realizaram as atividades de forma regular, cinco ou mais vezes por semana (dentre aqueles que receberam atividades). Para cada indicador, foi calculada a média para cada estado. O dado refere-se a alunos do ensino fundamental, tanto da rede pública quando da rede privada (não é possível separar as redes).
Primeiramente, observa-se que cerca de 85% dos alunos receberam atividades escolares durante a pandemia (linha tracejada vertical), sendo que em todos os estados, com exceção do Pará, a média ficou acima de 70%. Dadas as preocupações com a capacidade das escolas de oferecer atividades, com a logística para o caso de envio de material físico, e também com o acesso dos alunos à internet, entre outras, o número é elevado, ainda que haja 15% de alunos “esquecidos”.
Considerando quem recebeu atividades, pouco menos de 70% as fizeram regularmente em média (linha horizontal tracejada), número que também parece razoável, dadas as condições de acesso e motivação dos alunos durante a pandemia (vale lembrar que essa porcentagem é uma média dos meses de julho a novembro). Alunos do Acre e Roraima tiveram mais dificuldades.
A figura mostra também que as Unidades da Federação que conseguiram atingir mais alunos tendem a ser as mesmas em que os alunos fizeram atividades de forma mais regular – apesar de certa variabilidade entre estados.
Dentre os 10 estados que estão acima da média nos dois indicadores, há estados de todas as regiões do país, exceto Norte, com destaque para o Nordeste, com 4 estados: PI, CE, PB, PE. Isto é, riqueza e nível socioeconômico não necessariamente determinaram as condições ofertadas aos alunos nem o nível de engajamento dos mesmos.