Diversos posts deste blog tratam dos efeitos adversos da pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho brasileiro. Neste post, damos continuidade a esta discussão e avaliamos a variação do emprego nas ocupações com maior concentração de trabalhadores negros. Para realizarmos esta análise, usamos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Continua).
Na Figura 1, mostramos a variação do número de ocupados entre o segundo trimestre de 2019 e o mesmo período de 2021 para dez grupos ocupacionais. Tais grupos representam as ocupações brasileiras organizadas de forma crescente quanto à proporção de trabalhadores negros. Portanto, o primeiro grupo reúne as ocupações com menor concentração de trabalhadores negros – ou, de modo equivalente, com maior proporção de trabalhadores brancos.
As informações representadas na Figura 1 revelam que as ocupações com maior concentração de trabalhadores negros (grupo 6 em diante) sofreram reduções substanciais no número de ocupados na comparação do segundo trimestre de 2021 com o mesmo período de 2019. Em contraste, as ocupações com menor predomínio de trabalhadores negros não apresentaram um padrão claro de redução no número de ocupados.