Organizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o PISA (Programme for Internacional Student Assessment) é um teste internacional de leitura, matemática e ciências aplicado a cada três anos aos estudantes de 15 anos de idade, em escolas públicas e privadas em vários países. O Brasil participa desde sua primeira edição, em 2000, e aguarda os resultados no dia 3 de dezembro da aplicação feita em 2018. No geral, o Brasil tem apresentado alguma melhora ao longo dos anos, mas permanece com um desempenho médio que o posiciona entre os piores que fazem o exame.
Com um olhar para dentro do Brasil, esse post analisa como as unidades da federação (UFs) se posicionam quando observados os melhores estudantes do país no teste. Para isso, não basta simplesmente levar em conta a quantidade de alunos das redes pública e privada por estado que estão entre os 10% melhores do Brasil, pois estados com mais estudantes têm chances maiores de estarem mais bem representados. Assim, esse post compara a porcentagem de alunos de cada estado que figura entre os 10% melhores do país no PISA, eliminando esse problema de populações diferentes. Para que se entenda melhor, se, em um estado com 100 estudantes, 7 estavam entre os 10% melhores, sua porcentagem será de 7%.
A tabela 1 abaixo apresenta a porcentagem de alunos em cada estado de 2006 a 2015. Se a porcentagem é maior que 10%, esse resultado é melhor do que o esperado, pois, se os melhores alunos estiverem bem distribuídos em todo o território brasileiro, espera-se que 10% dos alunos de cada estado estejam entre os melhores do país.
Assim, merecem destaque os seis primeiros estados com maior média no período, uma vez que em todos os anos tinham mais de 10% de seus alunos dentre os melhores do país. Os destaques negativos são os estados do Amapá, Acre, Maranhão e Tocantins, por apresentarem a menor média de percentual (entre 2% a 4%), não atingindo mais do que 7% de seus alunos entre os melhores do Brasil em algum ano. Cabe acrescentar que o escore que separa esses 10% melhores dos demais aumentou de 2006 para 2009 e depois se manteve constante, como mostra a Tabela 2.
Em geral, não houve alterações relativamente grandes no ranking das UFs no PISA, e nem um movimento claro de aumento ou queda contínuo no percentual de alunos ao longo dos anos, com exceção do Distrito Federal, Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo. Enquanto os três primeiros apresentaram quedas elevadas, sem um aumento compensatório no ano seguinte (apesar de o Distrito Federal continuar como primeiro), São Paulo apresenta uma melhora, se mantendo acima de 10% nos dois últimos anos. Com isso, tirando as exceções, os estados que eram relativamente ruins permaneceram ruins e os estados que eram bons continuaram bons.