Uma das maiores preocupações da pandemia de covid-19 com relação à educação é a interrupção do calendário escolar e os possíveis impactos na vida escolar dos alunos. Embora a pandemia tenha causado o fechamento de escolas em magnitude sem precedentes, o problema não é novo e é bem mais acentuado em alguns estados.
Este post analisa o quão frequente é o problema de fechamento de escolas nos estados brasileiros com base no questionário respondido pelo diretor no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2019. O mapa abaixo apresenta o percentual de escolas em cada estado e no Distrito Federal que, naquele ano, teve: a) nenhum dia de fechamento (interrupção do calendário); b) até 10 dias de fechamento; c) de 11 a 30 dias; e d) mais de 31 dias.
Os indicadores mostram que Santa Catarina foi o estado em que a maior parte das escolas funcionou durante o ano de 2019 sem interrupções (96,6%), seguido do Espírito Santo e Tocantins (ambos com 95,2%).
Na contramão está o estado do Amapá, em que somente 67,9% das escolas cumpriram todo o calendário escolar de 2019 sem interrupções. Um percentual expressivo de escolas teve suas aulas interrompidas por até 10 dias na Bahia (20,3%) e Rio Grande do Norte (16,9%). Já entre os estados com maior percentual de escolas fechadas de 11 a 30 dias estão o Amapá (com 16,8% das escolas) e o Amazonas (16,7%). Ficar mais de 30 dias sem aulas é algo pouco frequente, com exceção do estado do Mato Grosso, onde 18,8% das escolas tiveram aulas interrompidas por mais de um mês.
Os motivos declarados para o fechamento de escolas no questionário do Saeb são diversos – vão desde problemas de infraestrutura, como falta de água e energia, a greves e eventos climáticos.
Fica a pergunta de até que ponto a interrupção do calendário escolar afeta o desempenho dos alunos e como isso será refletido nos próximos meses (ou anos) de pandemia.