Efeitos da pandemia no trabalho presencial e remoto

Segundo análise, cerca de 13 milhões de brasileiros estavam em ocupações com alto potencial de trabalho remoto antes da pandemia de covid-19

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trabalho remoto

Aproximadamente 13 milhões de trabalhadores brasileiros (cerca de 12,7% da população ocupada total) estavam em ocupações com alto potencial de trabalho remoto antes da pandemia da covid-19. Estas estimativas foram feitas com base em dados da PNADC do terceiro trimestre de 2019 e na metodologia proposta por Dingel e Neiman (2020).

Com as restrições impostas pela pandemia da covid-19, o trabalho remoto tornou-se mais usual no Brasil. Entretanto, como esta modalidade de trabalho não era expressiva no país antes da pandemia, não havia pesquisas e informações sobre ela.

Os referidos autores usaram dados das características ocupacionais nos EUA e definiram que ocupações poderiam ser realizadas de casa. É importante ressaltar que eles não avaliaram diretamente quais indivíduos estavam em trabalho remoto para elaborar esta definição. Assim, a estimativa representa o potencial de trabalho remoto associado a cada ocupação.

Para parear os dados americanos e brasileiros, fizemos uma compatibilização entre as classificações ocupacionais dos respectivos países. [1] Em seguida, aplicamos as medidas encontradas aos dados de emprego da PNADC e avaliamos que ocupações, no Brasil, teriam um alto [2] potencial para serem realizadas remotamente.

Vamos analisar, em seguida, com base na PNAD Contínua, a evolução da ocupação em trabalhos presenciais e em trabalhos remotos ao longo dos últimos trimestres (gráfico 1).

Entre o quarto trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2020, houve uma queda da ocupação em trabalhos presenciais e remotos.

Porém, na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2020, com a pandemia de coronavírus, essa queda se acentuou, tendo os ocupados em trabalhos presenciais sofrido uma perda de emprego muito superior aos ocupados em trabalhos remotos.

Na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2020, com o relaxamento das medidas de isolamento social e a reabertura da atividade em diversos setores da economia, as duas modalidades registraram recuperação, em especial os ocupados em trabalhos presenciais.

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