Em um post anterior (leia aqui), tratamos das chances dos alunos da rede pública na disputa por uma vaga no ensino superior por meio do Enem. Agora analisamos se os alunos da rede pública considerados competitivos são os mais ricos. Isso tende a acontecer, pois alunos com melhores condições socioeconômicas costumam obter melhores resultados educacionais, mesmo estudando na mesma rede que os alunos mais pobres.
A figura abaixo mostra o percentual de alunos da rede pública por faixa de renda familiar, considerando os competitivos e os não competitivos no Enem em 2019. Do mesmo modo que no post anterior, foram considerados competitivos os alunos com médias acima dos alunos da rede privada nas quatro provas do Enem (excluindo redação). Somente são considerados os alunos concluintes do Ensino Médio em 2019.
Para os alunos competitivos da rede pública, a participação se mostrou maior nas faixas de renda familiar mais altas – a maioria (58%) tem renda familiar mensal acima de R$ 1.996,01, sendo que 26% tem renda acima de R$ 3.992,00. Já entre os alunos não competitivos, a maioria (59%) tem renda familiar mensal abaixo de R$ 1.996,01 e somente 6% possuíam renda acima de R$ 3.992,00.
Os dados apontam que o desempenho dos alunos da rede pública não é homogêneo, havendo grandes diferenças relacionadas ao nível socioeconômico. Os alunos de faixa de renda maior, em média, são mais competitivos por uma vaga no ensino superior do que seus colegas que estudam na mesma rede, mas se encontram em faixas de renda mais baixas.