As crises estão intensificando a substituição de trabalhadores menos qualificados por automação. É o que aponta um levantamento realizado pelo economista Bruno Ottoni, pesquisador da consultoria IDados, que foi pauta para uma reportagem da jornalista Ana Conceição, publicada no Valor Econômico.
O especialista vê a taxa natural de desemprego mais influenciada pela baixa produtividade do trabalhador e a rigidez da legislação trabalhista que por esse fator tecnológico. Isso porque os trabalhadores substituídos não ficariam necessariamente sem ocupação, mas migrariam para uma posição mais precária no mercado.
Leia também: Na pandemia, perda de emprego é maior em ocupações que pagam menos
“No Brasil, há muita ocupação que é de oferta, em que o indivíduo vai trabalhar sem saber se há demanda. Uber, por exemplo”, afirma Ottoni em entrevista à jornalista. Nesse sentido, há uma mudança de perfil do trabalho no pós-pandemia, em que vai aumentar – ainda mais – o trabalho informal, com queda de renda.
As crises também tendem a elevar o desemprego de longo prazo, acima de dois anos. O estudo feito por Ottoni mostra que, no primeiro trimestre de 2021, a desocupação de longo prazo atingiu o recorde de 3,5 milhões de pessoas.
O mesmo já havia acontecido na recessão de 2015-2016. “Os dados revelam que, em períodos de recessão, aumenta a dificuldade em achar emprego para aqueles que já estavam desempregados. Dessa forma, o acúmulo de pessoas desocupadas de longo prazo se agrava”, comenta.
Confira na íntegra aqui ou abaixo: