Apenas 0,23% dos alunos brasileiros que participaram do PISA são considerados de alto desempenho

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Não é novidade que o desempenho escolar médio do Brasil no PISA – Programa Internacional de Avaliação de Alunos é ruim em comparação com outros países, mesmo aqueles em desenvolvimento. E quanto aos melhores estudantes?

Em post recente, analisou-se a evolução do desempenho dos melhores estudantes brasileiros em exames nacionais (leia aqui). Este post dá seguimento à análise da elite estudantil brasileira e mostra que ela também não vai bem no contexto mundial.

A figura abaixo indica, para cada país, a porcentagem de alunos com alto desempenho nas três áreas avaliadas no PISA 2018: Leitura, Matemática e Ciências. O que se entende por alto desempenho? Alunos que alcançam ao menos o nível 5 de pontuação nos exames em uma escala com seis níveis.

Os países asiáticos, em geral, têm mais de 6% de alunos de 15 anos de alto desempenho. A média dos países da OCDE está em 3,5%. Ou seja, casos como o de Singapura, com 16%, são raros, e, portanto, não se espera que a porcentagem de alunos desse nível seja alta.

No Brasil, entretanto, apenas 0,23% dos alunos que participaram do exame são considerados de alto desempenho, uma proporção mais de dez vezes menor que a média da OCDE. É mais alta do que de nossos vizinhos Argentina, Chile e Uruguai. Porém, a porcentagem é tão baixa que a diferença em relação a eles não é relevante.

Vale ressaltar que o PISA também avalia alunos da rede privada de ensino e que pouco mais de 10% dos alunos de 15 anos no Brasil frequentam essa rede. Ou seja, somente uma pequena parcela dos alunos da rede privada possui desempenho considerado elevado. Em conclusão, nossos melhores alunos não são tão melhores assim.

Além disso, se atribuirmos o percentual de 0,23% ao total de alunos nos ensinos fundamental e médio (cerca de 34 milhões), apenas 78 mil seriam considerados de alto desempenho. Caso a porcentagem fosse a observada na OCDE (3,5%), o número de alunos de alto desempenho no Brasil seria de 1,2 milhão.

Figura 1 – Porcentagem de alunos de alto desempenho no PISA 2018. Fonte: OCDE/PISA. Elaboração: consultoria IDados

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