Mercado de trabalho em 2022 deve fechar com desemprego ainda acima de 11%

Pequena queda do desemprego projetada para o ano de 2022 deve ser puxada principalmente pela absorção de trabalhadores desempregados no emprego informal.

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A taxa de desemprego deve seguir em queda nos dois últimos meses de 2021 e chegar a 11,5% em dezembro de 2021 em razão de fatores combinados de sazonalidades de fim de ano e retorno de trabalhadores à População Ocupada (PO) informal.

Já para o final de 2022, estimamos que o desemprego alcance o nível de 11,2% (Gráfico 1), considerando o cenário mediano de expectativas da Focus, que projeta crescimento de PIB (0,4%) e juros (11,5%) em 2022.

Trata-se de uma queda de 0,3 pontos percentuais na comparação com dezembro de 2021. Essa pequena queda do desemprego projetada para o ano de 2022 deve ser puxada principalmente pela absorção de trabalhadores desempregados no emprego informal.

Também esperamos que o desemprego fique no nível médio de 12,1% em 2022. Isso representará uma flutuação em torno do nível atingido no segundo semestre de 2021 (Tabela 1).

Cabe ressaltar que o cenário de atividade econômica e de mercado de trabalho em 2022 é bastante incerto. Contribuem para essas incertezas os riscos de disseminação da variante ômicron, de piora do quadro fiscal e de aumento dos gastos públicos com a proximidade das eleições de 2022.

Últimos dados do CAGED e da PNADC – Os últimos dados de emprego formal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados no dia 23 de dezembro, apontaram para uma geração líquida de 324 mil vagas em novembro de 2021, o melhor resultado desde agosto (373 mil). Ao todo, o saldo acumulado de 2021 totaliza uma geração líquida de 2,9 milhões de vagas até novembro.

Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada no dia 29 de dezembro, apontou para uma forte queda no desemprego, indo a 12,1% no trimestre móvel encerrado em outubro.

Trata-se de uma queda de 0,5 pontos percentuais em relação ao trimestre móvel encerrado em setembro, resultado puxado pelo aumento de 1,0% na PO entre setembro e outubro.

Contribuíram em parte para este aumento da PO de setembro para outubro os efeitos sazonais observados normalmente nos meses finais de todo ano (aumento de contratações temporárias na indústria e serviços para as festas de fim de ano).

Contudo, mesmo quando eliminados os efeitos sazonais, a PO dessazonalizada ainda alcançou um crescimento positivo de 0,8% entre setembro e outubro. Muito deste crescimento da PO dessazonalizada pode ser explicado pelo movimento de retorno de trabalhadores à força de trabalho, sobretudo para empregos de baixa qualidade, associados a ocupações informais.

Como consequência, a taxa de informalidade alcançou, no trimestre móvel encerrado em outubro de 2021, o patamar de 42,3% da PO, maior nível desde o início da pandemia, em março de 2020 (Gráfico 2).

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