Percentual de jovens “nem-nem” têm aumento de 7,2 pontos percentuais entre 2012 e 2020

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Jovens que não estudam e não trabalham, também conhecidos como “nem-nem”, são quase 28% dos jovens de 15 a 29 anos em 2020. Usando dados da PNAD Contínua (IBGE), este post analisa a trajetória deste indicador entre 2012 e 2020. Os dados referem-se ao 3º trimestre de cada ano.

O Gráfico 1 mostra a evolução do percentual de jovens “nem-nem”. Em 2012, pouco mais de 20% dos jovens nessa faixa etária não estavam nem estudando nem trabalhando. Esse percentual é relativamente estável até 2014, sofrendo aumento em 2015 e 2016, quando então se estabiliza com pequenas oscilações até 2019. Em 2020, há o maior salto de crescimento da série: 4,1 pontos percentuais.

O Gráfico 2 apresenta os dois indicadores (não estuda e não trabalha) entre os jovens de 15 a 29 anos. Como podemos observar, o percentual de jovens nessa faixa etária que está fora da escola vem diminuindo lentamente de 2012 a 2020. Já o percentual de jovens nessa faixa etária que não está trabalhando vem aumentando.

De 2012 a 2014, há um aumento suave do percentual de jovens que não trabalha que poderia ser explicado pelo ambiente econômico favorável que permitia aos jovens apenas estudar. Em 2015 e 2016, ocorre uma aceleração com um crescimento mais expressivo dos jovens que não estão ocupados. Parte desse movimento também pode ser entendido pela situação econômica da época, em que há uma recessão econômica levando os jovens a perderem seus empregos.

De 2017 a 2019, mais jovens conseguem estar ocupados com a melhora modesta da economia, sem alterar o percentual daqueles que frequentam a escola. Entretanto, em 2020, o percentual de jovens sem emprego aumenta consideravelmente, enquanto há uma queda daqueles que estavam fora da escola.

Os indicadores mostram que o mercado de trabalho parece estar mais relacionado às flutuações no indicador de jovens “nem-nem” do que a frequência escolar. Ao mesmo tempo, parece que a crise econômica atual tem contribuído para os jovens voltarem a estudar, talvez como uma forma de mitigar os efeitos deletérios de ficar fora do mercado de trabalho por muito tempo. Fica a pergunta de qual educação esses jovens estão recebendo, uma vez que ainda estamos longe de ter um plano eficiente de volta às aulas.

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