Os dados mais recentes da PNAD Contínua mostram que um quarto dos desempregados estão procurando trabalho há mais de dois anos. Neste post, avaliamos como evoluiu este indicador de desemprego de longo prazo entre os trabalhadores com diferentes níveis de qualificação educacional entre 2014 a 2019.
Para compreendermos o quadro inicial, apresentamos na Tabela 1 os dados sobre desemprego por nível educacional para o ano de 2014 (terceiro trimestre). Observamos que, para o total de desempregados com ensino fundamental, 13,9% (225.652) estavam desempregados há mais de dois anos. De modo análogo, do total de desempregados com ensino médio e superior, as proporções de desempregados de longo prazo foram de 19,5% e 23,7%, respectivamente. Para aqueles sem instrução, a proporção de desempregados de longo prazo foi de 15,78%.
Para avaliarmos a evolução deste indicador de desemprego de longo prazo, o gráfico 1 apresenta as proporções de trabalhadores desempregados há mais de dois anos em cada nível educacional entre 2014 a 2019.
Observamos que, na maior parte do período, prevaleceu a tendência de que quanto mais educado o trabalhador, maior é a proporção dos desempregados de longo prazo. Além disso, independentemente do nível educacional, a crise parece ter afetado todos os trabalhadores de modo a elevar a proporção daqueles que estão há mais de dois anos desempregados.
Por fim, é importante destacar o comportamento da tendência mais recente deste dado (período 2018 -2019).
Conforme se observa no gráfico 1, embora a proporção de trabalhadores de nível fundamental e médio desempregados há mais de dois anos tenha caído no último ano, a proporção de trabalhadores de nível superior desempregados há mais de dois anos segue em crescimento, apesar da melhora observada no mercado de trabalho no período.
Assim, verifica-se que, no terceiro trimestre de 2019, quase um terço dos trabalhadores com nível superior desempregados estão há mais de dois anos nesta condição.