Recentemente foi publicado pela ONU o novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a desigualdade de renda no Brasil e no mundo. Segundo a OIT, os 10% dos trabalhadores mais ricos do país em 2017 concentravam 41,3% de toda renda salarial. Neste post, vamos analisar a distribuição de rendimentos no Brasil sob uma ótica diferente: fixando diferentes níveis salariais, iremos determinar a proporção de indivíduos com vencimentos inferiores a cada um dos valores estabelecidos.
Utilizamos os dados da PNAD contínua anual (IBGE) referentes aos rendimentos habituais de todos os trabalhos (IBGE) no período de 2012 a 2018 (últimos disponíveis). Para avaliar a evolução da distribuição de rendimentos ao longo do tempo, optamos por considerar um conjunto de anos.
O quadro abaixo mostra, na primeira coluna, os valores estabelecidos de rendimentos (a preços de 2018) considerados. Ou seja, a primeira coluna apresenta o nível de rendimento correspondente aos percentis 1, 10, 25, 50, 75, 90 e 99 em 2012. Na segunda coluna aparece a proporção de indivíduos que receberam, em 2012, rendimentos iguais ou inferiores a cada um dos valores estabelecidos. Assim, em 2012, 50% dos trabalhadores ocupados ganhavam até R$ 1.252,70 e, analogamente, 99% dos ocupados ganhavam até R$ 14.816,79, ou, visto de outra forma, somente 1% dos ocupados ganhavam mais de R$ 14.816,79 naquele ano. As demais colunas apresentam os percentuais, ano a ano, até 2018 (dados mais recentes).
Entretanto, chama a atenção o fato de ter havido uma queda de 6 pontos percentuais na parcela de trabalhadores que ganhavam até R$ 881,91 – eles eram 25% em 2012 e passaram para 19% em 2018. Outra queda significativa foi na parcela de trabalhadores que recebiam até R$ 1.252,70. Em 2012, eles eram 50% dos ocupados e, em 2018, 47%.
De fato, houve um ganho no rendimento médio do trabalho no período, o que explicaria a redução percentual observada. Entretanto, vale notar que a distribuição dos rendimentos entre os trabalhadores não parece ter se alterado muito no período.
Na consulta abaixo, você pode localizar sua posição na distribuição de rendimentos em 2018.