O crescimento do trabalho informal foi um dos aspectos de maior destaque no mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos. Neste post, analisamos a evolução do perfil de trabalho informal dos trabalhadores que possuem ensino superior com base nos dados dos últimos quatro anos da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Na tabela 1, mostramos o crescimento do percentual de trabalhadores informais no Brasil, destacando aqueles com ensino superior dos demais. Observamos que, entre 2015 e 2019, a taxa de informalidade dentre os trabalhadores com diploma universitário cresceu 4,8 pontos percentuais, enquanto o crescimento da taxa de informalidade dos trabalhadores em geral foi de 2,7 pontos percentuais. Em termos relativos, isto implica que 44% dos empregos informais criados foram ocupados por trabalhadores com ensino superior.
A fim de aprofundarmos a análise, separamos na Tabela 2 os trabalhadores com ensino superior em empregos informais entre os mais jovens (até 30 anos) e os demais (entre 30 e 64 anos). O objetivo é destacar a posição dos graduados mais jovens (possivelmente com menos experiência no mercado de trabalho) dos demais trabalhadores com ensino superior.
Os dados indicam que o crescimento da taxa de informalidade dos graduados se deu principalmente entre os trabalhadores mais jovens. Muito provavelmente eles se graduaram há menos tempo e têm menos experiência no mercado de trabalho.
Em termos percentuais, os mais jovens registraram um aumento de 24,02% para 31,63%, resultando num aumento 7,6 pontos percentuais, contra 4,3 pontos percentuais entre os trabalhadores mais velhos (resultado da diferença entre a taxa de 2015, 24,77%, e a taxa de 2019, 28,49%).