Este post discute a habilidade dos professores com relação ao uso pedagógico da tecnologia. Quando ficou claro que a quarentena motivada pelo coronavírus seria longa e o ensino remoto teria de ser adotado de alguma forma, a discussão ficou basicamente restrita à questão do acesso dos alunos à tecnologia. No entanto, havia dados para imaginar que haveria problemas também do lado da oferta.
A Prova Brasil de 2017 – três anos antes da pandemia, portanto – investigou a necessidade de aperfeiçoamento no uso pedagógico de tecnologia de comunicação e informação, de acordo com a opinião dos professores.
A figura abaixo traz o levantamento, realizado com professores do 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio – docentes de Matemática e de Língua Portuguesa das escolas públicas brasileiras que participaram da Prova Brasil naquele ano.
Mais de 50% dos professores disseram haver moderado ou alto nível de necessidade de aperfeiçoamento. A percentagem de professores nessa situação aumenta com a idade, o que de certa forma é esperado.
Dentre os professores com 50 anos ou mais, 72% disseram haver necessidade de aperfeiçoamento. No entanto, mesmo entre os mais jovens, com até 29 anos de idade, a porcentagem é alta, de 54%. Além disso, as porcentagens variam muito pouco de acordo com a etapa de ensino (dado não presente na figura).
A maior parte dos alunos teve acesso ao ensino remoto (leia aqui). No entanto, pouco se sabe sobre quão eficientes foram as estratégias adotadas durante a quarentena. Estava claro que os professores não estavam preparados e tiveram que aprender fazendo. Os dados estavam aí para sugerir a necessidade de planejamento e de preparação dos professores.
Figura 1 – Distribuição dos professores de acordo com a necessidade de aperfeiçoamento no uso de tecnologias de informação e comunicação – por faixa etária.