Municípios conseguem crescimento em todas as rodadas da Prova Brasil sem gastar mais do que os outros

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Recentemente foram divulgados os resultados da 8ª rodada da Prova Brasil, e a consultoria IDados publicou um relatório com diversas análises sobre o tema. Este post analisa as características dos municípios que apresentaram uma evolução consistente, ou seja, melhoraram seu resultado em todas as rodadas ao longo dos 15 anos da Prova.

A tabela disposta ao final deste texto separa os municípios entre os que apresentaram crescimento consistente de 2007[1] a 2019 e todos os demais. Para cada grupo, analisamos o desempenho em Matemática e o gasto por aluno do ensino fundamental. O cálculo foi feito para a rede pública nos Anos Iniciais e Finais.

Nos Anos Iniciais, somente 295 (5%) municípios apresentaram crescimento consistente. Em 2007, eles tinham uma nota em Matemática semelhante ao restante dos municípios. Porém, em 2019, apresentaram cerca 10 pontos a mais. Em relação ao gasto por aluno do ensino fundamental[2], os municípios consistentes gastaram em média menos do que os demais, tanto em 2007 (R$ 5.038,44 contra R$ 5.589,00) quanto em 2017 (R$ 8.055,46 contra R$ 8.171,51), diminuindo a diferença de R$ 551,00 para R$ 116,00.

Nos Anos Finais, 135 (3%) municípios apresentaram crescimento consistente. Enquanto os demais municípios apresentaram um ganho médio total de 19 pontos, os municípios consistentes avançaram, em média, 37 pontos. Estes municípios, em 2007, apresentavam uma nota média em matemática 8 pontos menor, que se converteu para 10 pontos de vantagem em 2019. Em média, os municípios consistentes gastaram quase R$ 1.300,00 a menos por aluno no ensino fundamental do que os demais municípios no início e no final do período (R$ 4.339,00 contra R$ 5.675,00 em 2007 e R$ 7.057,00 contra R$ 8.317,00 em 2017).

Em síntese, os municípios que apresentaram um crescimento consistente em todas as edições da Prova Brasil partiram, nos Anos Iniciais, de um nível de desempenho e gasto por aluno semelhante aos demais, e, nos Anos Finais, de um nível de desempenho e gasto por aluno mais baixos. Porém, em ambas as etapas alcançaram uma vantagem de 10 pontos na avaliação sem ultrapassar a média de gastos em relação ao restantes dos munícipios.

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